top of page

Laboratório de Autoria

Abaixo o resultado das atividades realizadas entre 22 e 24 de outubro de 2021 sob a mentoria de Carlos Henrique Schroeder



ø Exercício 01

Me comprei um relógio, só perdi tempo.


Quem me dera ter uma forca para ganhar uma nova vida.


Te liberto do passado, se sair do labirinto.


Troco centauro por político honesto.



ø Exercício 02

For favor, corra no corredor.



ø Exercício 03

Para cada criança que gentil e sem motivo com os olhos o céu alcança, ao mundo se lança um novo feixe de esperança.



ø Exercício 04

Estávamos eu e você em frente a uma porta. Ela não estava trancada, mas não conseguimos abrir.

Me virei e pedi ajuda para meu outro eu, que ê você, e voce não conseguiu abrir.

Vendo de cima, meu eu que é você também, observa nossos outros dois eus e vocês não conseguido abrir a porta. Isso porque piscamos e ela não estava mais lá, em momento algum.


Uma porta muito simples como aquelas de mercadinhos americanos, com um vidro transparente e rebites pretos. Cheios de marcas de dedos com digitais sujas de mostarda e fritura.



ø Exercício 05

O Peso de Carregar quem se é


Projeto no tempo a frente aquilo que já fiz no passado. Hoje por coincidência incrível do presente, me deparo com o medo de executar aos olhos alheios aquilo que faço como excelência.

O prodígio envelheceu, se colocou de canto e se escondeu.

Não que alguém de fato espere por ser algo além de mim mesma, mas a sensação é de que o meu próprio peso sobre mim mesma sempre pesa mais que o peso do mundo em sua espera inexistente.

Gostaria de não ter percebido que além de mim, tenho outro espelho, e que em uma distância não segura mas cautelosa, se comportou de forma pior no passado para se equivaler a mim hoje. Pelo menos, este espelho ouvir um dos meus pedidos.

Seria bom que ele me pedisse algo para ficarmos quites.



ø Exercício 06

A vida útil de um papel de bala


Ninguém me lê e ninguém me guarda.

Apenas sirvo para guardar o que você quer depois de um café ou um cigarro.



ø Exercício 07

Eu não tenho casa, não tenho lar e nenhum tipo de espaço geográfico para chamar de meu.

Eu não tenho mais saco, paciência e vontade de ouvir o porquê de estar no Brasil.

Querem me levar, me entregar e me abandonar em lugares da Europa com a justificativa fajuta de que vou me encontrar.

Pois bem meus queridos amigos é de aceitar: Eu e meus problemas conversamos e por aqui hoje vamos ficar.



ø Exercício 08

A 3 semanas lá estava eu, contando sobre um anos em que fui muito feliz.

Diz ele na última vez que o visitei, que eu vestia uma camiseta singular de uma banda que hoje não existe mais.

Guardo com carinho a sensação de ter sido notada em meio a multidão, embora eu o tenha feito a 3 semanas, e não a 8 anos.

Espero não morrer em 5 dias com a terrível e inquestionável dúvida: "Porque dentre toda a multidão, fui eu a única a não ter uma oportunidade?"



ø Exercício 09

Para onde vão os sentimentos perdidos?


Era uma vez um sentimento. Ele não sabia que era fruto do sentir de alguém, então ele não sentia nada.

Um belo dia, o seu alguém o matou, e assim, ele desapareceu.

Foi parar em uma caixa com outros sentimentos que foram mortos antes dele. Percebeu que seu alguém tinha por hábito criar e matar sentimentos e ficou revoltado ao perceber que era mais um.

Sentindo algo pela primeira vez, o sentimento decidiu matar o seu alguém.

Abriu uma fresta na caixa onde foi posto e eventualmente saía dela e corria ao coração de seu alguém.

Como um sopro, ficou indo e vindo, trazendo consigo uma nova lembrança que gerou sua criação e dessa forma, lentamente matou o seu alguém.



ø Exercício 10

Preciso de um tema.

Um que não seja você.

Estou de saco cheio de escrever sobre você.

Mas eu só penso em você.

Queria que o tema não fosse você.

Queria poder falar de mim, pra não ter que falar de você.

Quanto mais eu falo de você, mais acho que falo de mim.

E quanto mais falo de mim, menos eu acho que falo de você.



ø Exercício 11

X percebi que travei quando a leitura anterior X não executei. Outra coisa que X percebi, foi que ao ter uma borracha, refaço como se usasse uma câmera digital e me sinto suja.

Porque diabos X me sinto suja com algo que X sei fazer? De que maldição terrível X não faço conhecimento mas participo ativamente como se tivesse assinado um documento com sangue?

X acho que a culpa é sua.

Vou culpar e agradecer a ti por todas as coisas que amo e odeio. Acho que X sou você e você é X, o fim é o começo, ninguém conhece a minha história, nem X.



ø Exercício 12

Acordei hoje pronta para dizer a ti o oposto do que disse na última vez que nos vimos.

Eu não queria de forma alguma cessar o contato, independente do que pudesse acontecer depois do meu retorno.

Nesta semana, ou em qualquer dia desde que perdi de minha vida após retornar, você me pediu que não cessássemos o contato.

Mas hoje quando acordei, não quis te responder como fiz nos últimos dias, onde você me mandou mensagens para tentar não cessar o contato. Acho que eu quero cessar o contato. Acordei hoje pronta para cessar o contato. Assim pelo menos eu faço contato.



ø Exercício 13

Ensaio sobre o Silêncio


O Silêncio é a escuridão dos ouvidos, é a salvação dos artistas e a maldição dos surdos.

O Silêncio é um abismo quando duas pessoas que se amam não conseguem dizer o que sentem. É a esperança para quem tem dor de cabeça e é angustia para quem está na sala de espera de um hospital.

O Silêncio é a sinfonia do Universo, é o grito de esperança, é a oitava cor do arco-íris.


Do nascer ao morrer, o silêncio é visto como um aviso de que as coisas não estão bem. Se um bebê não chora na hora do parto, é sinal de morte ou doença. Na adolescência, é como uma mina terrestre que pode explodir ou não. Os adultos silenciosos hoje são vistos tão mal quanto os loucos - exceto quando soltam ao mundo algo grandioso. E quando velhinhos, se ficam muito tempo sem nos dar um ruído, normalmente é porque já nos deixaram.


O Silêncio é o maior medo daqueles que não estão prontos para lidar com os seus pensamentos, pois ainda não se conhecem - e as vezes nem sabem que não se conhecem.


O Silêncio é como uma viagem de mochileiro - sim essas viagens estupidas que algum jovem rico perdido disse para os outros que é essencial e por fim virou moda. A diferença é que o Silêncio é de graça e as fotografias que você tira são de lugares só seus.


O Silêncio atua como um livro para os amantes da leitura, te leva para onde você quiser, por caminhos que você não conhece e te faz querer mais sempre que acaba.


Por fim, o Silêncio é a coisa mais importante para aqueles que já aprenderam a lidar com ele. Os silenciosos possuem a capacidade de se misturar aos ruidosos, que por sua vez, não conseguem calar a boca ou ficar sem emitir algum sinal, é como se precisassem mostrar que estão vivos.


Porquê precisam mostrar que estão vivos?


Medo de morrer?

22 visualizações0 comentário
bottom of page